As Cartas Ridículas do Senhor Fernando e os Suspiros Líricos da Menina Ofélia
63ª Produção
Estreia: 16/01/2014

ACTA - As Cartas Ridículas do Senhor Fernando e os Suspiros Líricos da Menina Ofélia ACTA - As Cartas Ridículas do Senhor Fernando e os Suspiros Líricos da Menina Ofélia ACTA - As Cartas Ridículas do Senhor Fernando e os Suspiros Líricos da Menina Ofélia

Carreira: Faro, Almada, Loulé, Albufeira, São Brás de Alportel

Trata-se da dramatização de alguma da correspondência trocada entre Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz. À referida correspondência são acrescentados textos outros, de Fernando Pessoa e também do próprio encenador. Toma-se por pressuposto dramatúrgico que o senhor Fernando sabe o que está a fazer enquanto a menina Ofélia é enredada no idílio inconsequente de uma paixão sem correspondência. No senhor Fernando há uma racionalidade com objectivos experienciais que visam servir a sua obsessiva e obstinada produção poética, enquanto que na menina Ofélia há uma participação irreflectida como desígnio de destino. Nela, a existência cumpre-se com um sentido de devir trágico; nele, dá-se um incidente que confere uma inesperada densidade ao ramerrame da sua vida rotineira comezinha. Portanto, o enredo, a manipulação, a “encenação”, são dele; ela cumpre o que ele determina que se cumpra. Nela é visível a transformação de uma psicologia num comportamento, alheia aos ditames de um destino trágico (simbólico) que se cumpre da primeira à última carta dela. As cartas dele correspondem aos desígnios distintivos de um deus ex machina em acção. Este mesmo, determina que a acção decorra entre o elemento Água e o elemento Fogo. O espaço cénico comporta o lugar da acção propriamente dita, i.e., aquele onde acontece o diálogo que se recria com a troca de correspondência entre os dois intervenientes da narrativa, e um outro espaço cénico (de que o anterior é concêntrico), que representa os camarins onde os actores se preparam para vir a ser personagens. Há cartas dele que são ditas e/ou lidas por ela; há cartas dela que são ditas e/ou lidas por ele; há cartas dele que são ditas por ele; há cartas dela que são ditas por ela; há cartas dele que ela canta; há cartas dela que ele dá a ler a Álvaro de Campos; há cartas dele que ela... A encenação não deixa de considerar o tratamento assertivo um variado conjunto de sinais que visam a mais directa inteligibilidade do espectáculo por forma a proporcionar ao público estudante instrumentos que promovam a satisfação do seu interesse e da sua curiosidade – é, portanto, um espectáculo que além de objectivos artísticos visa também objectivos pedagógicos.

Classificação Etária: Maiores de 12 anos

Ficha Artística, Técnica e de Produção

Texto: Criação Própria, sobre cartas de Fernando Pessoa
Dramaturgia e Adaptação: Paulo Moreira
Encenação: Paulo Moreira
Intérpretes: Bruno Martins e Tânia da Silva
Música: Carlos Paredes
Desenho e Operação de Luz: Octávio Oliveira
Espaço Cénico: Luís Vicente
Concepção Cenográfica: Tó Quintas
Desenho Gráfico: Rita Merlin
Promoção e Divulgação: Hugo Lemos
Secretariado: António Marques
Produção Executiva: Elisabete Martins
Direcção Artística e de Produção: Luís Vicente